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No Brasil Embora houvesse rumores de sua produção desde o primeiro modelo, no final da década de 70, o Fiesta demorou a chegar ate nós. Foi em 1994 que a Ford, em vias de dissolver a associação de sete anos com a Volkswagen na Autolatina, encontrou nele a solução para crescer no mercado. O segmento dos motores de 1,0 litro era cada vez mais significativo e o Escort Hobby, único modelo seu apto a utilizá-lo, estava um tanto defasado.

Três e cinco portas, motor 1,3 de 60 cv, opção de ar-condicionado ou direção assistida: o Fiesta espanhol chegava ao mercado brasileiro exibindo desenho um pouco defasado, mas com bons argumentos

Diante da necessidade de uma resposta rápida, do envelhecimento do Fiesta de terceira geração, lançado na Europa havia cinco anos, e da redução da alíquota de importação de 35% para apenas 20% pelo então Ministro da Economia Ciro Gomes, a marca de São Bernardo do Campo, SP optou por não fabricá-lo aqui num primeiro momento: era mais interessante trazê-lo da Espanha.

Apresentado no mesmo ano no Salão do Automóvel de São Paulo, as vendas iniciaram-se em fevereiro de 1995. Para enfatizar tecnologia, o lançamento para a imprensa ocorreu na Base Aérea de Pirassununga, no interior paulista, sede do Esquadrão de Demonstrações Aéreas (EDA) da Força Aérea Brasileira -- mais conhecida por Esquadrilha da Fumaça --, que acaba de completar 50 anos de atividade.

O furgão Courier europeu: anos depois, já atualizado em estilo, seria a base para o picape de mesmo nome fabricado apenas no Brasil

A versão escolhida era a de 1,3 litro, o veterano motor todo de ferro fundido, comando de válvulas no bloco e 60 cv. O toque atual estava na injeção multiponto EEC-IV. Não era o carro mais moderno do segmento -- o Corsa e o novo Gol haviam acabado de chegar --, mas reunia boas qualidades. Uma delas era a opção entre três e cinco portas, que só o Uno oferecia entre os pequenos. Foi o primeiro carro pequeno a trazer retrovisor convexo no lado esquerdo.

Com a brusca elevação da alíquota para 70%, logo que o carro chegou ao mercado, evidenciava-se a importância de trazer sua fabricação para o Brasil. Além da redução de preço, isso permitiria desenvolver um motor 1,0 -- que na Europa não mais existia -- para usufruir do benefício fiscal aos carros "populares", a alíquota de 0,1% para o Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI. Em maio de 1996, apenas oito meses depois do lançamento europeu, chegava aqui o Fiesta remodelado.
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